quinta-feira, 12 de novembro de 2020

 Título: “Bestiário Maçónico”

“A observação do comportamento animal foi ajudando a consolidar arquétipos desde a antiguidade mais remota. O Lobo, pela sua ligação à Lua é uma criatura misteriosa da noite, cativante e dissimulada. Quando quer fazer esquecer que é um predador impiedoso e bem organizado, veste a pele de Cordeiro. O homem é também muitas vezes dissimulado. Também pode ser uma “criatura tenebrosa” e um assassino organizado. A Serpente rasteja pelo solo, certamente condenada pela sua maldade a nunca poder erguer a sua espinha dorsal à semelhança do Homem (imagem do criador). A sua língua bifurcada expressa a dupla natureza do mal, que diz uma coisa e oculta outra. A Águia alimenta-se de pequenos mamíferos mas é conhecida por comer a Serpente. Voa muito alto, até às maiores proximidades do Sol, sendo a única criatura que o contempla directamente, pelo que é dona de uma vista prodigiosa. Há homens cuja inteligência e pensamento parecem assemelhar-se a uma águia. Quando meditam atingem elevadas inspirações e iluminados conceitos. A sua perspicácia é lendária. O Abutre alimenta-se de carne putrefacta. Espera que os predadores comam a sua presa e banqueteia-se depois com os restos (por certo abundantes). Muitos homens são como Abutres. Não criam nada de novo. Não descobrem, não caçam, não produzem, não arriscam. Contudo são rápidos a pilhar o que é dos outros. Philon de Alexandria, nos seus comentários ao Génesis , diz que os animais que são levados diante de Adão para que lhes dê nome, são as paixões humanas, comparáveis a animais selvagens, que há que dominar.”
Nihil Obstat / IHS Instituto Hermético / Akademia Maçónica de Sintra



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